terça-feira, 8 de dezembro de 2009

Um dia quem sabe

Às vezes penso sem chegar a uma resposta.
Um mundo enorme, sem fronteiras,
e ao mesmo tempo em que é cheio de possibilidades,
só encontram-se barreiras.

Será errado lutar por justiça?
Justiça? justiça pelo que?

Pela vida,
pela paz,
pelo amor,
enfim, por tudo.

Tento lutar mas já não encontro armas,
a batalha é dura e árdua.
Meu suor de sofrimento goteja no chão,
goteja feito sangue por uma batalha sem fim
que nunca é vencida.

Espero um dia abrir a janela do meu quarto
e só ver a beleza a minha frente.
ver um horizonte transparente e não pardo,
e ver minhas alegrias mais frequentes.
Pedro Ignácio Vidal

segunda-feira, 30 de novembro de 2009

O Canto da Cigarra

Um grito de dor,
que de tão agudo e sofrido
acaba virando um cantar,
um cantar sepulcral.

Findando-se de maneira interessante
como se fosse um ato final de uma ópera
que o fim pode acontecer a qualquer instante
culminando na sua autodestruição.

Parece estranho,
até esquisito,
mas é a única forma de expressão de um ser
que passa tão despercebido.

Para muitos triste
mas deve ser no mínimo instigante,
morrer cantando.
Pedro Ignácio Vidal

quinta-feira, 19 de novembro de 2009

Lágrimas sofridas

Uma lágrima a cair,
Sofrida,
destruída,
Mal vista,
Mal querida
Enfim, sucumbida.

Essa lágrima que outrora foi de alegria
Hoje já é substituída.
Sim, substituída pela ferida,
Ferida por uma palavra mal dita.

Antes eu veria,
Antes eu quereria,
Antes eu até idolatraria
Outra lágrima diferente desta, caída.

Caída pela partida,
Destruída totalmente pela partilha,
Que não pensava ser possível
Vir de uma pessoa que julgava amiga.
Pedro Ignácio Vidal

sexta-feira, 13 de novembro de 2009

Aflição circense


O coração do pobre palhaço já não bate feliz.
Sua amada o abandonou e o deixou em pedaços,
tanto que o seu pranto é tanto que o faz chorar
mas ele é o palhaço e isso ele já não pode demonstrar.

Imagine como deve ser sufocante ter o choro
e não poder chorar,
Ter a lágrima,
e não poder derramar.

Mas então por que ele não o faz?
Por que então ele não chora e transmite tudo o que sente?
Simples, por que ao abraçar a sua profissão ele privou-se de suas emoções
e agora só pode sorrir e gargalhar para a massa se divertir.

Agora vejo a lágrima correr do rosto do palhaço,
e percebo que ela não corre incolor, limpa e até alegre como pensava
ela não corre por alegria defenestrada e sim, por amargura.
Amargura esta que a torna preta e seca correndo só pela face.

Pedro Ignácio Vidal

sexta-feira, 6 de novembro de 2009

Dragão Flamejante

Quando é que essa história vai pensar
Quando é que a soberania vai enxergar,
Que essa impunidade tem que acabar

Matéria suja que causa alucinações
Transportadas em rios e chegando em caminhões
Cada vez mais propicia a violência
E de adultos a crianças acaba com a inocência.

Dinheiro sujo que lavado vale mais
E para coibir um governo incapaz
Só resolvem agir (quando)
Uma família começa a chorar
Só resolvem agir (quando)
Quando uma chacina acaba de estourar
Só resolvem agir (quando, quando)
Quando a eles deixam de pagar!

Será que um dia irão perceber
Que esse dragão já está descontrolado
Se continuarem a alimentar essa fera
Ela continuará destruindo tudo ao seu lado

E um dia eu acordei...
Vendo um mundo sem escambo
confesso que chorei
Porque percebi que não passava de um sonho!
Pedro Ignácio Vidal

Sim eu te perdoou

Sofro demais com essa dor
Ninguém mas sabe o que ao certo eu sou
Uma figura morta e findada com tanto temor
Mas mesmo assim, eu te perdoou.

Antes éramos feito unha e carne
Apaixonados e felizes desmedidamente
Nos conhecíamos inteiramente, parte por parte,
E por encargo da ironia tudo acabou bem na nossa frente

No início era só de vez em quando, quase nunca
Depois, constantemente e cada vez mais feroz.
Será que era necessária aquela loucura?
Aquela bofetada em minha cara e a facada em meu braço?
Aquela mesma que todos escutaram quando o meu grito ecoou.
Mas digo: Eu te perdoou...

Várias vezes coloquei em minhas mãos a culpa
Mas acabei percebendo que jamais havia sido minha.
Sim, ela foi completamente sua, toda sua,
Essa pessoa inescrupulosa e fria que você é!

Talvez se não houvesse chegado delirando da rua,
Com uma garrafa na mão a esbravejar
O quanto me odiava e o que fizera várias vezes contra mim,
Nada disso teria ocorrido.

Eu não teria gritado, nem gesticulado ao vento
Mas o que ocorreu?
A única coisa que pude fazer é defender-me
A faca foi a única coisa que meus dedos tocaram na hora.
Você veio a minha direção como uma flecha sem direção.

E o sangue jorrou feito uma cachoeira de águas rubras,
e o brilho da lâmina na escuridão tilintou.
O que restou-me foram as palavras engasgadas a repetir:
-Sim eu te perdoou.
Pedro Ignácio Vidal

domingo, 1 de novembro de 2009

Pulsação

Agora tenho o meu sangue escorrendo pelo chão,
minhas veias vazias a secar,
já não tenho mais pulsação
e a morte é facilmente vista no meu olhar.

Dias de sórdidos amores vivi e usufruí,
por aquela que eu sempre amei.
Angústia e sofrimento senti, ao ver você partir,
só sei que triste com isso sempre serei.

Brigas, controvérsias e difamações,
beijos abruptos e raivosos; é verdade
um sexo apaixonado e intrigante
e nosso destino traçado até a eternidade.

Naquela noite uma confusão incessante
um olhar de raiva sem razão,
ela dizendo que eu era um maltrapilho vacilante.
E volto à realidade, e vejo seu pescoço quebrado entre minhas mãos.

Perdido sem rumo nem direção
sem querer saber a mais clara verdade
por um momento impertinente e sem explicação
ocasionando um feito de incrível crueldade.

Amargurado só encontro uma solução;
meus olhos lacrimejam só em pensar
na última caminhada, no último suspiro,
resta-me então o sofrimento de nunca poder me desculpar.

E agora eu tenho meu sangue escorrendo pelo chão
minhas veias vazias a secar
já não tenho mais pulsação
só gostaria de novo poder encontrá-la.
Pedro Ignácio Vidal

sexta-feira, 30 de outubro de 2009

Fragmentos

Preocupo-me em pensar em você, às vezes a preocupação é tamanha que até me esqueço de respirar, e acabo amargurado de perceber que ao meu lado você não está. para me abraçar, acalmar, enfim... amar.
Eu gostaria tanto de dizer o que você significa para mim. Você não é só mais uma que passou em minha vida, mas sim aquela que fez a diferença entre tantas outras que beijei, gostei e pensei que amei.
Descrever-te seria uma maldade, por que não seria digno e nem haveriam palavras, frases e orações possíveis para chegar com exatidão ao que realmente só você é.
A imensidão de sua beleza e tanta que é como uma flor rara, daquelas que só brotam uma vez ao ano, que ficam escondidas, quase ocultas, mas que quando desabrocham iluminam a todos com sua delicadeza bela. e seu cheiro estonteante.
Eu, escravo de ti, já não encontro escapatória, parece até que estou sobre algum feitiço, Por que desde a primeira vez em que te vi apaixonado fiquei, e desde então possuo essa aflição incessante que é pensar, querer e não te ter.
Então prostrado sem saber como reagir, fico a esperar o momento, a oportunidade de conquistar-te ou pelo menos quem sabe demonstrar o que sinto.
Pedro Ignácio Vidal

quinta-feira, 22 de outubro de 2009

Sun Tzu - A arte da guerra

"...aquele que conhece o inimigo e a si mesmo, lutará cem batalhas sem perigo de derrota;
para aquele que não conhece o inimigo, mas conhece a si mesmo, as chances para a vitória ou para a derrota serão iguais;
aquele que não conhece nem o inimigo e nem a si próprio, será derrotado em todas as batalhas..."

A estrada

Encontro-me em uma estrada longa e escura,
onde o dia é sombrio e a noite clara e insinuante.
Tenho a minha face mórbida e acabada
e o meu corpo tão dessemelhante.

Uma estrada que é infindável
mas que eu persisto em seguir adiante.
E eu lá sozinho e vulnerável,
com uma ansiedade cega e alucinante.

Surge-me então uma forte luz,
rapidamente me abrilhanto com aquilo que me chama a atenção.
Sim; facilmente ela me seduz
e já sem expectativas corro logo em sua direção.

Eis que sinto a minha pulsação se findando,
os meus olhos paralisados como uma semente,
meu ar que já era pouco, acabando
e a alma do meu corpo ser defenestrada velozmente.

Mas não me entristeço, nem me animo.
meu fim, já era previsto, há muito avisado.
Deixo da minha vida nenhum amor pelo caminho,
só cansaço por ter um grande fardo.

Não é um assassinato, nem pobreza,
muito menos um amor que me deixou emoção.
É um sentimento que traz muita tristeza,
enfim... Solidão.
Pedro Ignácio Vidal

segunda-feira, 19 de outubro de 2009

O velho e a flor (vinícius de Moraes)

Por céus e mares eu andei
Vi um poeta e vi um rei
Na esperança de saber o que é o amor
Ninguém sabia me dizer
E eu já queria até morrer
Quando um velhinho com uma flor
Assim falou
O amor é o carinho
É o espinho que não se vê
Em cada flor
É a vida quando chega sangrando
Aberta em pétalas de amor
O amor é o carinho
É o espinho que não se vê
Em cada flor
É a vida quando chega sangrando
Aberta em pétalas de amor

sábado, 17 de outubro de 2009

Uma tese.

Acontecem certos fatos que mudam a sua rotina. Como esse incidente ocorrido hoje, em que vivenciamos um verdadeiro "Rio de Janeiro de Gaza". De um lado duas facções rivais, do outro a polícia, e no canto com medo e aprisionada, a população. O que terá feito tudo isso acontecer?
Será que é a falha no sistema?
A criminalidade crescente que é fomentada pelos usuários de drogas?
Acho que vai bem mais além... Percebe-se que as frentes marginais são de certa forma recentes, não uma coisa muito antiga. É perceptível quando se escuta uma pessoa mais velha dizer que no tempo dela não havia bandido solto na rua(ter sempre teve mais em número muitas vezes menor). Que a polícia funcionava. Que o povo tinha os seus direitos etc...
Então tento achar uma explicação. Pelo pouco que eu sei, historicamente o comando vermelho, foi criado como uma frente contra a ditadura. Presos políticos que foram mandados para a famosa Ilha grande(então penitenciária de segurança "máxima"), tendo assim contato com marginais de todos os calibres que já se encontravam presos. De certa forma é evidente que teve um choque entre os níveis de educação, mas em um lugar com presos normais recebendo grandes pensadores da época claro que haveria uma interação de cunho revolucionário na prisão. E não foi diferente, formaram o Comando Vermelho que era uma força contra a ditadura que estava então no poder(e de certa forma até a cor do "comando" é de cunho opositor já que é vermelho, que é a cor dos comunistas etc..). Presos políticos e comuns juntos contra o governo. Lindo né..
Entretanto pode dizer que o ideal do mesmo continua a ser "social"?
Parece que ai já parece uma desvirtuação... O que foi criado como "voz" do povo, agora o oprime...
Já o Terceiro comando e os chamados "A.D.A", não sei ao certo de que lugar surgiu...(se souber passe a informação para mim!)
Enfim, o que teria propiciado o crescimento desses grupos?As políticas de certos governos como a do Brizola que dizia "-Polícia não tem que subir o morro!"?
não se sabe.. Mesmo se fosse só deveria ter esses grupos no RJ e todos sabem que em SP existe um tão forte quanto os daqui...
Na minha opinião isso é uma falha total de todo o sistema, não só de segurança mas sim politico.
Todas as sociedades foram formadas com o ideal capitalista segregador, aonde um sempre é rico e o resto sempre é pobre e no Brasil nada difere disso, população sem emprego, dinheiro, e comida,logo acaba buscando outro meio de conseguir uma melhora de vida, é óbvio!
Enquanto isso sempre a mesma notícia de fraudes vindas das capitais e de Brasília. Será que realmente a culpa ainda deve ser jogada em todas as favelas? Logo elas que abrigam as classes menos favorecidas.
É necessário menos hipocrisia e mais ação social para tentar mudar esse quadro que só é mostrado ( e mesmo assim uma parte) quando atinge a conservadora classe média.
Pedro Ignácio Vidal

sexta-feira, 16 de outubro de 2009

Pode ser?

Tudo é pouco
É necessário mais.
O pouco é muito
É necessário menos.

O equilíbrio tem que ser
Tudo e nada simultaneamente?

Inúmeras vezes parece que aquele momento
É o clímax, tudo que podia imaginar.
Mas se realmente foi,
Como em um futuro próximo acaba sendo esquecido?

O eterno dura pouco,
E o nunca acontece o tempo todo.
O não é certo
E o sim é errado.

A única coisa que sei,
É que nada sei.
E mesmo nada sabendo
Acabo sabendo de tudo.
Pedro Ignácio Vidal

quinta-feira, 15 de outubro de 2009

Realidade Social

Não basta apenas falar
O certo é agir.
Você tem voz, então comece a gritar
contra essa sociedade que só quer te oprimir.

Um salário ridículo é isso o que nos dão.
e em um instante vem um imposto pra tirar.
Só ligam para nós em ano de eleição
Com falsas promessas para nos enganar.

Eu acredito no futuro do Brasil,
e no fim da alienação.
vamos lutar contra a corrupção
e unificarmos a nossa nação.

Sem emprego,
sem ter o que comer.
Onde está todo o meu dinheiro?
Não sei mais o que fazer...

Eu acredito no futuro do Brasil,
e no fim da alienação.
vamos lutar contra a corrupção
e unificarmos a nossa nação.
Pedro Ignácio Vidal